01 dezembro 2010

Saudades dos Olhos Azuis***

Não foi por acaso que nos conhecemos... foi por um propósito muito especial que compartilhamos tantas coisas...


(image - google)

”Existem pessoas que passam...mas, há também as que ficam...e se eternizam em gestos e palavras...
há pessoas que adentram por nossa alma...são gêmeas...são intensas...
há pessoas que tiram nossos pés do chão...e nos fazem sonhar acordados...
pessoas que compartilham de uma cumplicidade silenciosa...e às vezes nem sabemos quão cumplices elas são...
Pessoas...que fisicamente se vão...mas, que deixam no corpo...na alma...e na vida da gente uma incrivel...imensa e indiscutivel saudade...
São como chuvas de verão...são fugazes...são tudo aquilo que desejariamos ter...
mas, embora tão distantes...todas as manhãs nos fazem lembrar do cheiro... do gosto e do frescor de recomeçar...uma...duas...tantas quantas vezes for...
Pessoas...tão intensas...tão marcantes...por serem o que realmente são...”

(esse texto escrevi em 2009, e me pareceu perfeito para hoje).

Chip, a Jenkins para você***



Lembro-me como se fosse hoje quando o vi pela última vez... no aeroporto de Florianópolis...junho de 2004...
Os olhos rasos d’agua denunciava a dor do adeus, como eu jamais tinha visto alguém sentir minha partida... e eu não imaginava que seria seu último olhar para mim...
Sempre acreditei que nos veríamos outras vezes, e que o destino nos permitiria caminhar na praia pertinho de casa...dando boas e sonoras risadas sobre um assunto qualquer...

Mas, o tempo e as coisas da vida foram nos distanciando... e um amor bandido criou um abismo entre nós... Mas, tudo o que é verdadeiro resiste ao tempo e aos temporais... e foi assim que a vida nos aproximou outra vez... e mesmo distante mostrou que nossa amizade era verdadeira e inabalável...
Meu coração sorriu e se sentiu acarinhado com sua presença... e eu me perguntava como era possível alguém ser tão presente mesmo estando tão distante...

Tantas coisas compartilhamos, e a mais divertida era testar as receitas da dna Yara, a torta de aimpim que ficou famosa entre meus amigos... (é...”aimpim”, porque como você dizia: Gaucho não come mandioca).

Quantas vezes ri de suas piadas...quantas vezes chorei contigo...quantas vezes relembramos o episódio da loja de chá...
“ 50 gramas desse... 50 gramas daquele, fui pedindo sem ao menos perguntar o preço... Depois de embalado, com direito à colher dosadora (grande brinde), veio o valor da compra...simplesmente um absurdo... e eu com vergonha de fazer feio na sua frente, paguei com o coração apertado e pensando comigo: “ mas , que colherzinha cara heim”... Tempos depois é que soube que você também havia se assustado com o preço...
O mais ridículo foi que nunca fiz o chá... ficou de enfeite e passamos todos esses anos rindo daquela tarde no shopping”

A sua luta pela vida me comovia e me motivava a seguir em frente...
Hoje ao chegar em casa e ver que você havia partido, meu coração despedaçou... e uma voz gritou dentro do peito...
Por quê??? Por que você se foi sem que eu pudesse te abraçar??? Sem que eu pudesse me despedir???

Então fechei meus olhos e vi os teus... tão azuis... e me transportei para o nosso último encontro... eu sabia que você um dia poderia partir sem me avisar... e hoje me sinto como você no aeroporto...
Só há uma grande diferença... faltou o beijo e o abraço do nosso adeus...

Vou te amar por toda minha vida meu amigo... obrigada por segurar a minha mão e meu coração ...
Sei que você está pertinho dos meus amados... cuida deles para mim...
Um dia vamos nos reencontrar...

Descansa em paz meu Anjo Amigo...

*Texto dedicado ao meu grande e muito amado amigo

Claudio Beneman***

Um comentário:

Ângela disse...

Que tocante homenagem, Mel. Me emocionou. Que bom que restaram belas e profundas recordações para acalentar seu coração. Beijo, amiga.